Um exemplo que todo o mundo
deveria seguir da tradição romana é a paixão e o respeito pelas águas. É possível
se refrescar e tomar água potável em 2.500 fontes espalhadas por toda cidade,
além de poder beber água da torneira sem nenhum constrangimento ou medo de se
contaminar (?). Já na antiguidade a construção de 11 aquedutos transformou a cidade
em uma das mais bem abastecidas do mundo, fazendo jorrar sem parar milhões e milhões
de metros cúbicos de água. A paixão é tanta que em 97 dC o engenheiro romano
Sextus Julius Frontinus escreveu o primeiro livro sobre abastecimento de água
da história, tendo ele, por sete anos, sido o responsável pelos recursos
hídricos da cidade – o livro descreve o abastecimento de água neste período, no
qual Roma já tinha 1.200.000 habitantes. Ainda, historiadores descrevem, que
quando visitantes importantes chegavam aqui eram convidados a ver as maravilhas
proporcionadas pelos aquedutos, e quando conquistavam alguma cidade procuravam
logo saber dos recursos e das possibilidades hídricas das mesmas. Frontinus
comparava as obras hídricas romanas as pirâmides egípcias e as grandes obras
gregas, dizendo: “Comparem tantas estruturas tão necessárias ao transporte de
água com as pesadas e evidentemente ociosas pirâmides, ou mesmo com as obras
gregas: celebres, ainda que inertes”. Com o saque dos Godos, no século VI, o abastecimento
foi cortado, pondo fim aos tradicionais banhos romanos. No entanto, no século
XVI, os Papas resolveram o problema mandando recuperar os aquedutos e enchendo
a cidade de maravilhosas fontes, celebrando suas próprias magnificências e o
poder dos pontífices. Mas, o mais importante a saber é que as inúmeras fontes e
os inúmeros “nasoni” – tubos em forma de grande nariz por onde escoam as águas –
continuam vivos a jorrar água pelos quatro cantos da cidade, levando alegria a
população local e a qualquer turista que chega a cidade, possibilitando o
acesso a água potável e de ótima qualidade para todos e, o melhor, de graça
todas as horas.
Segue abaixo um pequeno vídeo
exemplificando o funcionamento dos “Nasoni” aqui em Roma – é só beber direto ou
fazer como a gente: levar sempre uma garrafinha para encher e se hidratar.
Abraços para todos.
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