Ciao a tutti
Depois de dois meses em Roma, e
como parte de nossas pretensões aqui na Europa, começamos nossa temporada de
viagens, e nada melhor para comemorar dois meses de estadia no velho continente
do que viajar por ele, não acham? Pois bem, partimos para Londres com a
objetiva pretensão de conhecer o máximo em dois dias inteiros e uma noite –
nossa!! – e comemorar, no vôo de volta (09 de abril), nosso aniversário de 1º
bimestre aqui na Europa. O processo foi meio complicado, mas conseguimos fazer
o que pretendíamos e um pouco mais. Compramos nossas passagens na companhia
Ryan Air, várias pessoas já tinham dado esta dica pra gente, até no Brasil
mesmo, com um preço acessível, mesmo já iniciando a temporada de alta estação
por aqui, e adquirimos tickets de ônibus da Terravision que nos levariam e nos
trariam aos aeroporto/centro nas duas cidades (e está é uma boa dica para quem
vai viajar, pois os aeroportos aqui, geralmente, são muito distantes da cidade)
– Partimos do Ciampino, em Roma, para o Stansted, em Londres.
Nosso vôo saiu
daqui as 17h50min (com o bom e velho atraso italiano que ainda não nos
acostumamos) e chegamos em Londres as 19h30 (lá tem uma hora a menos que aqui),
sem saber de nada, sem ter dica de ninguém e com um inglês para italiano nenhum
botar defeito (digo: inglês para nenhum italiano botar defeito, já os ingleses...).
Na imigração, que pensávamos ser aquele bicho papão que todos nos diziam, foi
tudo certo – como já foi dito no post anterior – a não ser por um pequeno
detalhe: estou com um problema na visão, cansaço e óculos com mais de um ano,
então tive que preencher o cadastro da imigração três vezes, pois nas duas
primeiras preenchi os dados nas linhas incorretas (uno cieco e sorda in una
Londra grigia).
Depois da imigração vencida, pegamos o ônibus para a estação
Victoria, isso sabendo onde queríamos ir, mas sem saber absolutamente como
chegar. Nossos amigos romanos tinham nos dado a dica de que assim que
chegássemos a Londres fizéssemos um cartão de transporte metropolitano (ônibus,
metro e trem) chamado oyster card, que poderia ser adquirido em qualquer
estação de metrô da cidade, e que possibilitaria creditarmos um número de
viagens necessárias para os nossos dias de estadia na capital inglesa.
Já
tínhamos escolhido o metrô como nosso transporte principal, pois Silvana
conseguiu um mapa das estações de Londres e o estudou, deixando-nos convencidos
que este deveria ser o transporte a se utilizar, pelas facilidades e por ter
estações em todos os pontos que queríamos visitar.
Chegando a Victoria,
procuramos logo o local de aquisição deste cartão, mas um cego e uma surda não
poderiam acertar tudo de primeira, acabamos batendo na estação de trem e não de
metrô. Já passavam das 22hs quando conseguimos encontrar a bendita estação de
metrô e as cabines de aquisição do Oyster Card. A atendente nos convenceu a não
adquirir este cartão, pois como iriamos passar pouco tempo e nosso horário de
partida para o aeroporto na volta era inconveniente, acabaríamos perdendo
dinheiro por não devolver o cartão – teríamos que pagar cinco pounds (libras
esterlinas) a mais em cada cartão e seríamos ressarcidos na entrega, mas no
horário de nossa partida a cabine estaria fachada. Dessa forma, ela nos
ofereceu um bilhete comum que valia por 24 horas para ser utilizado em quantas
viagens pudéssemos fazer de metrô durante o período, compramos três para cada
um: quatro com 24 hs de duração e dois para nossa primeira viagem, naquele momento,
para nosso hotel – detalhe, um bilhete de 24 horas de duração custa 7 pounds e
um bilhete comum, para uma única viagem, custa 4,30 pounds (santa atendente!).
O hotel que reservamos (Hotel Lily) ficava na Lillie Road, vizinho a estação
West Brompton, e tínhamos que chegar lá até as 00h, pois era o final do check
in – ainda bem que tínhamos enviado um email avisando de um possível atraso,
mas não obtivemos respostas até sairmos de Roma. Chegamos no hotel as 00h15min,
mas o recepcionista – mais um oriental trabalhando para europeus (indiano) –
não fez questão alguma do horário e fez nosso check in numa boa – só esqueci de
avisar que pagaria em dinheiro, mas depois chegarei neste porém.
Tínhamos um
roteiro grande a cumprir e tratamos logo de dormir para estar cedo acordados e
dispostos para a maratona de museus, galerias, feiras, parques e ruas que
iríamos visitar. Acordamos cedinho e fomos logo sentir a primeira experiência:
o café da manhã inglês. Quase todos os nossos amigos nos informaram que o café
da manhã na Inglaterra era terrível em comparação aos nossos hábitos
alimentares matutinos, mas para nós não foi bem assim, achamos maravilhoso,
ideal para quem pretendia gastar muita energia. Primeiro serviram um suco de
laranja, café ou chá e torradas. Depois serviram um prato com ovos, bacon,
linguiça e feijão com molho de tomate, isso mesmo feijão, e acreditem é uma
delicia.
Passado o café da manhã, saímos destinados a cumprir nosso roteiro e a
primeira parada seria a Saatchi Galery, uma das mais renomadas galerias de arte
contemporânea do mundo. Pegamos o metrô em West Brompton (District Line – a
linha verde) e descemos em Sloane Square, que fica nas proximidades da galeria.
Depois de andar uns mil metros em linha reta, na rua correta, e sem achar a
Saatchi, resolvemos perguntar ao primeiro sujeito que nos apareceu a frente
onde ficava a galeria. O rapaz, gentilmente, nos disse que havíamos passada uns
quinhentos metros da entrada, então voltamos.
Depois de andar mais um pouco,
paramos em uma pracinha linda, na qual se apresentava um grupo de jazz, e nos
sentamos para descansar.
Observando mais a fundo, percebemos que esta pracinha
linda, na verdade, era a parte lateral do jardim da Saatchi Gallery, então entramos felizes da
vida, pois havíamos acertado de cara a primeira aventura (aguardem post específico da Saatchi Gallery).
Após nos maravilharmos com a arte contemporânea
da Saatchi, partimos para Westminster (District Line – a linha verde – nos
próximos posts teremos dicas de como chegar de metrô em cada um dos museus e espaços
que visitamos), com o sentido de ver o Big Ben, a Abadia, a Casa do Parlamento,
o Tâmisa, a London Eye, o Hyde Park, o Palácio de Buckingham e tudo mais que
estivesse ali por perto.
Vencidas estas
partes do roteiro, partimos para a National Gallery (talvez um dos pontos mais
aguardados de nossa visita a Londres), um museu/galeria que abriga um dos mais
importantes acervos do mundo (do século XIII ao Século XX) contendo mais de
2.300 pinturas. Lá pudemos ver Leonardo da Vinci, Botticelli, Caravaggio, Rembrant,
Jan Van Eyck, Rubens, Vermeer, Renoir, Monet, Van Gogh, Tolouse-Lautrec, Degas,
Manet, Picasso, entre vários outros (Aguardem post específico da National
Gallery).
Saindo da National Gallery – abismados com tantas maravilhas que
sonhávamos ver – fomos a “badalada” (hehehe) Piccadilly Circus para almoçar.
Devido a nosso plano de poucos gastos, comemos fast food e fizemos um passeio
por toda a redondeza desta rua tão conhecida.
Posteriormente ao almoço e a
caminhada, tomamos um café – nossa péssimo - e fomos para Notting Hill, em
busca da feira na Portobello road, querendo visualizar o máximo de bugigangas
ali vendidas, e também para conhecer o bairro – adoramos feiras de rua.
Saindo
de Notting Hill, já com a noite bem andada, resolvemos fugir um pouco do
roteiro. Pensamos: estamos em Londres, lugar que supostamente o futebol foi
inventado, por que não visitar um estádio? Pois bem, estávamos hospedados em
West Brompton e na estação posterior a nossa parada estava o estádio Stamford
Bridge, do Chelsea Footbal Club, então lá fomos nós.
Depois do estádio,
esgotados com mais de 12 horas de caminhadas e paradas, voltamos ao hotel para
Jantar (comida indiana) e simplesmente apagar, pois dormir não era o caso, já
que no outro dia a peregrinação ainda seria maior, mas ainda foi possível ver
um grupo de senhores e senhoras em um pub bem em frente ao Lily bebendo e
cantando sem parar: Chelsea, Chelsea, Chelsea!!! Pessoal, foi emocionante,
tanto pela alegria como por ver pessoas tão idosas ainda empolgadas com o
esporte, com um time de futebol.
Um detalhe super importante, para nós, a se
falar é a gentileza da maioria dos sujeitos de Londres. Se nós abríamos um mapa
na rua e nos mostrávamos um mínimo perdidos chegavam pessoas e se dispunham a
ajudar de imediato (mas nem todos são assim, como em qualquer lugar). Após um
dia maravilhoso e de um sono justo, acordamos bem cedo para nosso segundo café
da manhã, que só aconteceu em parte. Chegamos ao restaurante do hotel e ele se
encontrava absolutamente lotado. Esperamos um casal desocupar uma mesa e nos
sentamos com ela ainda lotada de xicaras, copos e pratos dos clientes
anteriores. Esperamos por cinco minutos e ninguém veio limpar aquela bagunça,
então nos levantamos e chamamos um dos funcionários. Alguns minutos depois,
veio uma moça e retirou os objetos, mas nada de nos servir ou qualquer outra
coisa. Pela segunda vez nos levantamos e pedimos o café da manhã, e o
funcionário nos perguntou se já não tínhamos sido servidos, já que a moça
acabara de sair de nossa mesa com os pratos. Informamos que não e explicamos a
situação. Cinco minutos depois, chega a mesma moça com suco de laranja, café e
quatro torradas, deixa tudo na mesa e sai. Começamos a comer, terminamos de
comer e nada de voltarem para nos atender ou trazer o restante da refeição. Dez
minutos depois, já impacientes, nos levantamos, fomos em direção ao balcão,
pedimos o restante do café e voltamos a mesa. Durante quinze minutos esperamos
as outras coisas chegarem e nada, enquanto os garçons e garçonetes desviavam os
olhares ao passar próxima a nossa mesa. Já meio loucos e frustrados com a não
comida, nos levantamos, fomos aos garçons, agradecemos ironicamente e saímos do
restaurante com meio café da manhã, mas com uma imensa vontade de dar
continuidade ao nosso roteiro – acho que ficamos mais chateados com o tempo
perdido do que com o café não servido.
Pois bem, passadas as delicadezas e as
indelicadezas, saímos à rua para o segundo e último dia completo em Londres, e
este dia seria muito grande. Primeiramente fomos ao Museu de História Natural
(Natural History Museum), em South Kensington, um museu maravilhoso ligado a
natureza e seus efeitos no meio ambiente, mostrando os elementos da terra
através de técnicas modernas de interatividade mescladas com métodos mais
tradicionais. Serve como dica, se for a Londres, e principalmente com crianças,
vá ao Museu de História Natural, pois é encantador – se vê desde vídeos de
vulcões em erupção, passando por simulações de terremotos, “ossadas” de animais
pré-históricos, plantas, sociedades vivas de insetos, pedras vulcânicas, mapas,
mitologia, etc (Aguardem post com o Museu de História Natural).
Saindo do Museu
de História Natural, nos encaminhamos para a Tate Modern, em Bankside. A Tate
Modern (também super esperada no nosso roteiro) nos impressionou desde o
princípio, pois chegamos através da estação Mansion House e tivemos que
atravessar o rio por uma ponte exclusiva para pedestres (Millenium bridge) para
chegar a frente do museu, e dentro foi mais impressionante ainda.
Tate Modern é um museu especializado em arte moderna e contemporânea que promove importantes mostras temporárias, sendo considerada a terceira maior atração de Londres. Lá pudemos ver Picasso, Matisse, Braque, Goncharova, de Chirico, Francis Bacon, Calder, Chagall, Max Ernest, Kandinsky, Lichtenstein, Paul Klee, Man Ray, Joan Miró, Mondrian, Andy Warhol e muitos outros (aguardem o post com a Tate Modern).
Após este banho de arte moderna e contemporânea, tomamos um banho de chuva atravessando a ponte de volta e nos encaminhamos para Camden Town, um lugar ligado a cena rock/punk/pop londrina, mais uma “feira” daquelas que adoramos. Circulamos tudo, de cima a baixo, e voltamos para a estação de metrô, que estava fechada, então tivemos que caminhar até a estação mais próxima para pegar o transporte para o hotel, pois a noite adentrava e precisávamos pegar nossas mochilas, pagar o hotel e começar a viagem de volta (estava acabando, mas ainda não tinha acabado realmente).
Antes de falar dos “finalmentes”, gostaríamos de salientar para todos que: todos os espaços que visitamos, passeamos, fotografamos, filmamos e curtimos foram completamente gratuitos, não pagamos absolutamente nada para entrar ou sair. Pois bem, chegando ao hotel, fizemos nossas mochilas e descemos para o check out. Lembram que no início do post havíamos dito que não tínhamos informado que pagaríamos o hotel em dinheiro, então, quando pedimos para fechar a conta o recepcionista nos informou que estava tudo certo, que já havia debitado tudo no cartão, só que tínhamos guardado o dinheiro para pagar em cash, mas não teve como estornar, até ai tudo bem, trocaríamos os pounds em euros novamente assim que chegássemos a Roma. Mas vejam só como são as moedas no mundo capitalista, e isto vale como dica também amigos: A libra é uma das moedas mais “valorizadas”, isto entre aspas mesmo, ela tem o valor maior que o euro quando queremos comprar - Comprei cada libra a 1,70 euros, depois de pesquisar um pouco -, mas na hora de vender o efeito é inverso – vendi cada libra 0,80 euros – e isso irrita sujeitos desprevenidos que fizeram uma viagem bem montada e que acabaram por perder um valor semelhante as suas passagens de ida e volta, por uma simples relação de cambio – portanto, prestem bem atenção em como lidar com estes casos de dinheiro quando forem a Londres. Então, check out e cambio a parte, depois de sair do hotel viria a pior parte de nossa viagem, e sem drama, pois nosso vôo saia as 06h10min de Stansted e não teríamos como chegar até a estação Victoria as 3 horas, horário de saída de nosso ônibus para o aeroporto, pois a maioria dos metrôs de Londres, no domingo, só funcionam até as 0h. Dessa forma, saímos as 22hs do hotel, pegamos o metrô para a estação Victória e esperaríamos o horário do ônibus por ali mesmo, com as mochilas nas costas. Lembramos que quando pegamos o Terravision em Roma os funcionários não haviam regulado o horário exato de nossa saída (os ônibus saem de 30 em 30 minutos) e acabamos pegando meia hora mais cedo, porém tinha sido em Roma, não em Londres, mas mesmo assim resolvemos arriscar. As agências da Terravision, geralmente, ficam em cafés que levam o mesmo nome da empresa e em Londres não é diferente. Saindo da Estação Victoria, que tínhamos ido apenas um vez, no quando de nossa chegada, fomos procurar o café Terravision, mas andamos, andamos, nos perdemos, nos encontramos, perguntamos e nada de encontrar o café (mais ou menos uma hora e quinze com as bolsas nas costas, em Londres, e com uma fome daquelas, pois prevíamos jantar nas imediações do café ou até mesmo no aeroporto se conseguíssemos pegar o primeiro ônibus). Depois dessa peregrinação e de várias andadas em círculo, encontramos o bendito terravision café e saímos para comprar algo que matasse nossa fome. Na mesma galeria do café, tinha um restaurante chinês, que estava fechando, mas que ainda nos esperou fazer o pedido para viagem. Compramos a comida e voltamos ao café, pensando brasileiramente que por lá ser um espaço da empresa, que havíamos comprado passagens, poderíamos comer tranquilamente sentados em uma daquelas mesas ao ar livre. Engano nosso, a garçonete veio até nós e nos disse que aquilo não era um lugar público, então mostramos nossos bilhetes de viagem e ela disse e daí, pedindo grosseiramente que saíssemos daquela mesa. Pois bem, saímos, sentamos no chão, comemos nossa pasta chinesa apimentada e andamos para a fila do ônibus. Pegamos o ônibus e nos encaminhamos para o Stansted, chegando lá por volta de 1h e nosso vôo só seria as 06h10min, então o que fazer senão esperar?
O check in estava previsto para começar as 04h30mim, então caminhamos por todo aeroporto procurando uma cadeira vaga para sentar e, quem sabe, até tirar um cochilo. Mas não, todas estavam lotadas, existiam ao menos duzentas pessoas em nossa situação indo e vindo de todos os lugares, e sentar em uma cadeira era o mesmo que acertar na mega sena da virada. Ora que nada, para quem tinha jantado no chão de uma escadaria de uma rodoviária londrina, deitar no chão mesmo, de um aeroporto, seria um luxo, e foi o que aconteceu. Estendemos nossos casacos no chão, deixamos as mochilas como apoio de cabeça e nos jogamos por ali mesmo, junto com a torcida do “Santa Cruz” (a maior do Brasil) – digo isso pelo volume de pessoas deitados no chão - que já dormiam por lá.
Por volta das 04hs o chefe de segurança do aeroporto, que havia iniciado o expediente, nos despertou amavelmente com um bom dia ao pé do ouvido, mas foi bom por que naquela situação perderíamos o horário de tão cansados.
Pois bem, essa foi nossa primeira aventura de viagem por terras europeias fora de Roma, aguardem os post específicos desta viagem e os das viagens a Firenze (Toscana) e Pompei (Campagna).
Abraços para todos.
Amigos, essa viagem foi sensacional!!!! As descrições dos lugares, das situações, tudo fez parecer realmente especial. Espero que tenha sido a primeira de muitas e aproveitem, pq do lado de cá os amigos estão "viajando" junto com vcs!!!!
ResponderExcluirKarol, sim esta viagem foi maravilhosa. Amamos Londres. Inclua no seu roteiro de viagem. bjs
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