Já falamos em outros posts da
forma calorosa que fomos recebidos e de como somos tratados aqui em Roma, e
essa proximidade com os novos amigos aqui da Itália tem nos proporcionado
muitas coisas maravilhosas que, talvez, um visitante comum não tenha acesso.
Criamos um círculo de amizade com um grupo heterogêneo de habitantes desta
cidade, na maioria médicos jovens – já que alugamos um estúdio de um deles -,
que foge ao padrão formal de suas profissões, e que nos proporciona duas saídas
semanais para nos divertirmos em espaços tipicamente italianos. Neste circuito,
além dos italianos (de Roma, Milão, Bolonha, Calábria, Nápoles, Modena, Sicília,
Florença...), pudemos conhecer gente da Argentina, Portugal e Moçambique que
parecem sentir o mesmo calor humano que nós, fator este que nos deixa bem mais
a vontade para dialogar e expressar nossas características tão peculiares para
todos. Nestas saídas temos ido a bares, restaurantes e também festas
particulares, nas moradias dos mesmos, tipo as reuniões que fazemos em nossas
casas no Brasil, regadas a comes e bebes tradicionais e muita conversa solta no
ar. Já relatamos a primeira destas saídas, a nossa festa de recepção, feita no
Brasil café, e na semana seguinte fomos a recepção de um Moçambicano (Fernando
- que morou anteriormente em João
pessoa/PB) que acabava de se mudar para um novo apartamento. Esta festa foi
peculiar, pois ao chegarmos na moradia de Fernando começamos a perceber que
ninguém se conhecia (quando digo ninguém quero dizer que entre todos os grupos
que chegavam ao local, apenas um conhecia o dono da festa e os outros vinham de
contrapeso como convidados do convidado) e foi muito interessante: os diálogos
de cada um em suas apresentações, os dialetos típicos de cada região da Itália,
as línguas diferentes de cada um dos estrangeiros presentes e a convergência
disso tudo, primeiro, dentro da cozinha para provar os comes e bebes e, depois,
na hora de dançar na sala.
Foi ótimo, tivemos a sensação de que as diferenças se equalizam quando os sujeitos estão dispostos a se conhecer, a trocar conhecimento e, principalmente, a provar as iguarias de cada região deste planeta – lembramos de Adeildo, pois Fernando fez um frango ao alecrim a moda de Moçambique. Nesta festa, além de Fernando, duas italianas de Modena fizeram as comidas, todas lindas, coloridas e prontas para todos apreciarem – eles realmente dão valor ao comer e beber com qualidade.
Pois bem, estes encontros não pararam por ai. Na semana seguinte, fomos a um evento beneficente, organizado por este grupo de médicos, para angariar fundos para pré-natais de mães da África. Foi um concerto de jazz, chamado “Beat for Africa in jazz”, no qual uma orquestra de jazz do tradicional bairro de Trastevere interpretou obras de Duke Ellington, Wynton Marsalis, african beats e composições autorais, e uma apresentação do projeto ao vivo e em vídeo – música boa e boa companhia.
Para não se alongar tanto sobre estes encontros, vamos ao que o título sugere: Tiramisù. Esta semana, a saída foi destinada, inicialmente, ao consumo do Tiramisù, a mais tradicional sobremesa italiana. Fomos ao Pompi, segundo nossos amigos, o local onde se come o melhor Tiramisù da Itália (local frequentado quase que na totalidade por italianos, ou como nós, acompanhados por eles) – claro, fora as suas próprias casas, pois eles defendem ferrenhamente que suas mamas são as melhores no Tiramisù. Nossa, incrível, um local inundado de guloseimas: Tiramisus de todos os sabores, tortas, drinks e cafés, uma verdadeira overdose de energia para a sequência da noite. O Tiramisù é uma espécie de “torta” doce, molhada, feita com açúcar de confeiteiro, gema de ovo, mascarpone (uma variedade de queijo cremoso, originário da Lombardia – Itália), biscoito, vinho, café forte e bastante chocolate, isso na forma mais tradicional – a que comemos, é claro. Além de ser uma delicia, o Tiramisù na Pompi é encontrado nos mais diversos formatos e recheios, fazendo com que você esvazie seus bolsos para provar cada um dos sabores – imperdível, inacreditável, se vier a Roma visite a Pompi (http://www.barpompi.it/).
Depois de nos fartarmos e nos enchermos de energia, foi a hora da dança: os italianos adoram dançar. Fomos ao Dancing Zanussi, uma espécie de bar dançante especializado em salsa e ritmos caribenhos, que serve drinks exóticos e o mais puro rum do caribe. Já viu, não deu outra, muito rum e muita salsa até não aguentarmos mais. Enfim, nada melhor que a amizade para transformar diferenças em experiências de crescimento e amadurecimento, e nada melhor do que encontros entre amigos para celebrar a vida e experimentar novas possibilidades: Ainda mais com Salsa e Tiramisù.
Até o próximo post.
Abraços para todos.
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