Ciao
Depois de concluirmos o nosso
curso de italiano no Dante Alighieri de Roma, fomos comemorar mais esta
conquista em uma maravilhosa viagem a Paris – é óbvio que esta viagem não
esteve apenas ligada a comemoração de nossa conclusão do curso, foi a soma
deste fato com as datas de menor custo para a realização de nossa ida a França,
e o principal: a comemoração de seis meses de nosso casamento. Mais uma vez,
nossa partida foi muito cedo – os vôos são mais baratos – e tivemos que fazer
aquela velha peregrinação e dormir onde der – neste caso não dormir. Tínhamos
que estar no Ciampino – aeroporto – às 5h da manhã, mas os transportes públicos
regulares de Roma só funcionam a partir deste mesmo horário. Tínhamos o velho
ticket da Terravision (Termini/Ciampino/Termini) que sairia as 4h e 30min, para
isso teríamos que pegar um dos ônibus da linha n2 (que faz horários fixos
passando pela linha B de metrô durante toda a noite) para chegarmos na estação
Termini. Como nunca tínhamos andado neste ônibus, resolvemos sair bem cedo (ou
bem tarde de acordo com seu ponto de vista) para ficarmos no Termini esperando
a chegado do Terravision. Depois de meia hora de espera na estação Marconi de
metrô, o ônibus n2 chegou e nos levou ao ponto de partida (Termini) e nos fez
notar algo que ainda não sabíamos: a estação Termini, ao contrário da maioria
das estações, aeroportos e rodoviárias da Europa fecha a noite para que ninguém
aporte por lá para dormir – talvez este problema se explique pelo volumoso
número de imigrantes que vivem e circulam diariamente nas dependências daquela
estação. Pois bem, chegando lá e notando que a estação estava fechada, tivemos
que ficar duas horas e meia no meio da rua, junto a um numeroso grupo de
pessoas que estavam na mesma situação. Nos sentamos em um banco de alvenaria
super gelado e ficamos esperando a hora da partida (nesta noite conhecemos um
grupo de médicos Equatorianos que estavam na mesma situação e que reclamavam,
pois estavam dando uma volta completa na Europa e este era o primeiro lugar que
passavam que a estação fechava, não os permitindo descansar um pouco antes de
pegar o trem – ficamos com eles por uma hora discutindo a situação italiana e
da América do Sul). Depois da espera pegamos o ônibus e chegamos ao aeroporto. Partimos
do Ciampino as 06h e 55min, no vôo 9631 da Ryanair, e chagamos ao aeroporto
Beauvais de Paris as 9h.
Desta vez não estaríamos sós nas descobertas, como
aconteceu em Londres, pois seríamos hospedados em Paris por um casal de amigos
que habitam a “cidade luz”, por sinal pessoas de uma generosidade incrível
(Débora, brasileira do Rio Grande do Norte, nossa amiga desde Campina Grande, e
Kiko, Francês, marido de Debora, agora um amigo que estimamos muito depois de
conhecê-lo pessoalmente). Mas nem tudo pode ser tão fácil assim para quem faz
viagens como nós, o mais barato possível, pois o aeroporto fica a 77Km de Paris
e teríamos que chegar a loja de nossa amiga sem muita ajuda, pois eles
trabalham muito e não poderiam, é claro, nos esperar no aeroporto. Pegamos um
ônibus do Beauvais até Porte Maillot e de lá pegamos dois metrôs para chegarmos
ao trabalho de Debora, que nos esperava – deu tudo certo como já devem
imaginar, mas ainda tivemos algumas pequenas complicações no percurso, pois
bem, não falamos francês e não tínhamos a menor ideia do que fazer (ai vem a
dica: comprem sempre guias de viagem completos, o mais completo possível, pois
ajuda bastante na hora da necessidade, não economize nisto, nisto não – a
sugestão de bons guias são o da Publifolha, em português, e os Mondadori em
italiano). Chegamos, aproximadamente, as 12h no trabalho de Debora, deixamos
nossas malas e saímos com ela para almoçar. Almoçamos, comemos sanduiches
em uma bela praça (em frente a Igreja de Saint Sulpice), e depois de recebermos algumas dicas, partimos para o
primeiro passeio sozinhos, pois tínhamos até as 7h para nos encontrar novamente
com Débora para irmos para a casa dela. Então não perdemos tempo. O primeiro
lugar que visitamos foi o jardim de Toulerie.
Depois foi a vez do Jardim e o Palácio de Luxemburgo, o Palácio apenas
por fora e o jardim em boa parte de seu percurso.
Palácio e Jardim do Luxemburgo
Construído pelo arquiteto Salomom
de Brosse (a partir do antigo Hôtel Paticulier), a pedido de Marie de Médicis,
mãe do Rei Luís XIII, o Palácio de Luxemburgo está localizado no 6º distrito de
Paris, França, e é sede atual do Senado Francês. Seu jardim tem 25 hectares de
empedrados e relvas povoados por estátuas e fontes, além de um pomar de
macieiras e pereiras e o Teatro de Marionetes. Apesar de não manter quase nada
do original de seus interiores, a construção e o mobiliamento são seus
principais aspectos artísticos. O conjunto de pinturas, encomendados pela
Rainha, estão dispersos em vários museus, sendo os mais celebres o conjunto de
24 telas triunfantes encomendadas a Peter Paul Rubens. Marie se instalou no
palácio em 1625, enquanto os trabalhos de construção ainda aconteciam - só em
1631 a obra foi concluída, mesmo ano em que a Rainha Mãe foi expulsa da corte
(sob encomenda de Luis XIII o palácio também foi decorado por Nicolas Poussin e
Philippe de Champaigne). Habitaram o palácio Gastão Orleans, Ana - Duquesa de
Montpensier -, a Duquesa de Guise e o Conde de Provença. Tornou-se prisão
durante breve período na Revolução e depois centro do Directorio Francês, sendo
mais tarde a primeira residência de Napoleão Bonaparte quando ele era o 1º Cônsul
de França. Foi remodelado extensivamente no século XIX e adicionou a sua
biblioteca um ciclo de pinturas de Eugêne Delacroix do perirodo de 1845 e 1847.
Durante a ocupação alemã de paris, de 1940 a 1944, Göring transformou o palácio
em quartel general do Luftwaffe na França, sendo designado, posteriormente,
como ponto forte para a defesa da cidade pelas forças alemãs, sofrendo mínimas
danificações durante o conflito. Mais a frente, em 1946, foi usado para a
conferência de paz do pós-guerra.
Saindo do Luxemburgo, fomos ao
Panthéon (pois é, Paris também tem um Pantheon), a Sorbonne e a Igreja de Saint
Etienne.
Panthéon
O Panthéon de Paris é uma igreja
neo-clássica no Quartier Latin, originalmente uma abadia dedicada a
Sainte-Geneviéve, que funciona, principalmente, como espaço para sepultamentos
de famosos heróis franceses. Com planos de construção de Jacques-Germain
Soufflot, as bases da construção foram lançadas em 1758, graças a promessa do
Rei Luis XV – o rei abalado com uma doença misteriosa, em 1744, prometeu
construir um edifício digno do padroeiro de Paris se se recuperasse da tal
doença, e assim aconteceu -, porém, devido as dificuldades financeiras, só foi
concluído depois de 1789, com Soufflot já morto. Como o edifício só foi
concluído depois de iniciada a Revolução Francesa, o novo governo ordenou que
ele fosse mudado de Igreja para mausoléu, onde seriam enterrados os grandes
franceses (voltou a ser igreja, ainda, por duas vezes, mas por fim tornou-se
templo para os grandes homens da França). Com fachada decalcada do Pantheon de
Roma, o templo francês guarda os restos mortais de Alexandre Dumas (autor de
“Os três Mosqueteiros”) – só transferido para lá em 2002 -, Voltaire, Rousseau,
Honoré Mirabeau, Marat, Victor Hugo, Émile Zola, Jean Moulin, Marie Curie, René
Descartes, Louis Braille e o arquiteto que o projetou, Soufflot. Além de
mausoléu o Panthéon francês serviu de espaço para experimentos científicos,
como em 1851 quando Léon Foucault demonstrou a rotação da terra por seu
experimento conduzido neste espaço.
Sorbonne
A Sorbonne foi fundada como
colégio integrante da Universidade de Paris em 1257, por Robert de Sorbón,
capelão e confessor do Rei Luís, e intencionava facilitar o ensino da teologia
para estudantes pobres. Nesta época Paris tornava-se um centro cultural e
científico na Europa, já tendo mais de 20.000 estudantes. Três séculos depois,
a Sorbonne se tornou um lugar privilegiado para a realização de debates
teológicos com importante papel nas querelas religiosas contra os Jesuítas, no
século XVI, e contra os jansenistas, no século XVII. No século XVI, quando já
era a faculdade mais importante, a Sorbonne tornou-se o núcleo principal da Universidade.
Em 1970, como parte da reação governamental aos movimentos de maio de 1968, a
Universidade de Paris foi dividida em treze Universidades autônomas, mantidas
com recursos públicos, sendo que quatro dessas compartilham o nome de Sorbonne.
Atualmente suas salas, reconstituídas em sua totalidade entre 1885 e 1901, são
destinadas sobretudo ao ensino da Humanidades (História, Geografia, Filosofia,
Direito e Línguas) – está localizada no Quartier Latin de Paris. Para se ter
uma ideia da importância da Sorbonne no pensamento humano, vamos citar alguns
ilustres alunos que passaram por lá: São Tomás de Aquino (Padre dominicano e
teólogo), Josué de Castro (cientista), Honoré de Balzac (escritor), Simone de
Beauvoir (escritora), Jacques Derrida (filósofo), Jean-Luc Godard (cineasta),
Ignácio de Loyola (fundador da Companhia de Jesus), Henri Poincaré (matemático
e físico), Alexandre V (antipapa), Jorge Coli (historiador), Jean-Paul Sartre
(filósofo e escritor), Claude Lévi-Strauss (antropólogo), Sérgio Vieira de
Mello (diplomata), Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), Mário de Sá-Carneiro
(poeta), Ibrahim Sued, Paulo Evaristo Arns (Cardeal), Pedro Américo (pintor,
romancista e poeta), Fernando Henrique Cardoso, Jean Piaget, Maurice
Merleau-Ponty, Lygia Clark entre milhares de outros sujeitos fundamentais para
o desenvolvimento das ciências e do pensamento humano.
Erguida sobre as fundações de uma
antiga Abadia construída por Clovis, Rei dos Francos, esta igreja foi dedicada
a Saint Geneviève, a patrona de Paris. A Popularidade da santa era tanta que,
na idade média, seu espaço precisou ser ampliado para acomodar a numerosa
quantidade de peregrinos que buscavam suas dependências. Sua construção durou
134 anos (de 1492 a 1626) e resguarda em suas dependências a tumba da própria
Geneviève, além das de Racine e Pascal (a igreja está localizada no 5º
distrito).
Depois da Saint Etienne, fomos a
Notre-Dame, a Cripta arqueológica e demos a primeira passada no Museu do Louvre
(aguardem post específico sobre o Museu do Louvre).
Catedral de Notre-Dame
Sendo uma das mais antigas
catedrais francesas em estilo gótico, a Notre-Dame teve sua construção iniciada
em 1163 e foi dedicada a Maria, mãe de Jesus (por isso o nome Notre-Dame: Nossa
Senhora) e está localizada na praça Parvis, Île de la Cité e é rodeada pelo Rio
Sena. Notre-Dame surge, com suas ligações de esplendor, integrada as ideias
góticas, as necessidades de aspiração da alta sociedade, a uma nova abordagem
de edifícios de contato e ascensão espiritual. A arquitetura gótica, no inicio
do século XI, é forte em meio a sociedade que observa a vida urbana se
transformar a passos mais rápidos. A cidade vê seu ressurgimento extremo nos
campos político e econômico, assim como a ascensão da burguesia endinheirada e
as influências do clero urbano, e o resultado disso é a crescente substituição
das construções religiosas de fora para dentro das cidades e o novo símbolo de
prosperidade citadina é a catedral gótica. Como resposta as necessidades deste
novo tempo, que é ascendente na França, surge a catedral de Notre-Dame de
Paris. O espaço em que foi construído a Notre-Dame já possuía um histórico
relativo ao culto religioso. Lá os Celtas celebraram suas cerimônias e os
romanos ergueram um templo ao deus Júpiter, além de ter sido, provavelmente, o
local da primeira igreja cristã em Paris, a Basílica de Saint-Etienne – por volta
de 528 d.C. (ainda, em frente a fachada ocidental da catedral, está o marco
zero da França). Em substituição a esta primeira Basílica foi construída uma
igreja românica que permaneceu por lá até 1163, ano de inicio de construção da
atual catedral. Mas, talvez, o fato que mais tenha atraído os olhares do povo,
dos turistas em geral, para Notre-Dame surja a partir de 1831, ano em que
Victor Hugo escreveu o romance "Notre-Dame de Paris” (O Corcunda de
Notre-Dame), história esta situada na catedral durante a idade média que
encantou e encanta o mundo até hoje, abrindo as portas para uma vontade de
conhecimento da arquitetura do passado, graças as suas ilustrações poéticas, e
ao conhecimento, em si, da Catedral de Notre-Dame de Paris.
Cripta Arqueológica
Localizada abaixo da praça du
Parvis, em frente a Notre-Dama, está a cripta arqueológica (ruínas do domínio
romano sobre Paris), e não está ai por acaso, pois a Île de la Cité é local do
nascimento de Paris, mas só no século XIX que escavações comprovaram a existência
de uma cidade romana, Lutécia, nesta localidade. A 6300 anos atrás,
estabeleceu-se as margens do rio Sena uma tribo Celta chamada Parisii e em 52
a.C. os romanos saquearam este pequeno povoado no quando de suas pretensões de
conquista da Gália, criando a vila de Lutécia. Apesar de ter apenas 5000
habitantes, a vila possuía termas, teatro, fórum, templos, palácios e um grande
anfiteatro (características de todas as grandes cidades formadas pelos romanos
– vale aqui uma pequena explicação: os romanos, grandes conquistadores, quando
tomavam cidades ao seu domínio podiam até deixar, como deixaram, governantes
locais no poder, mas exigiam que as cidades implementassem seus modelos de
comunidade com a criação de espaços públicos como os acima citados). A cripta
possui as ruínas desta vila, além de mapas, objetos, ilustrações e vídeos que
dão uma noção bem clara de como era Paris muitos séculos atrás e parte de sua
evolução.
Depois da cripta, fomos até o
Museu do Louvre (aguardem post específico) para nossa primeira visita – apenas
as partes externas (lógico que em todas estas caminhadas, sempre paramos alguns
instantes, entre as idas e vindas, sobre o rio Sena para ver suas águas,
embarcações e pontes).
Depois do Louvre fizemos uma pequena caminhada as margens
do Sena observando os Bouquinistes (Vendedores de livros, por vezes raros e com
edições esgotadas que só se pode encontrar por lá).
De lá, depois de seis horas
de visitações e caminhadas (fizemos tudo isso a pé – dá pra observar que o
trabalho de nossa amiga Débora fica num local bem centralizado e que Paris, a
cidade histórica mesmo, fora a região metropolitana, não é tão gigante assim –
a região metropolitana sim é imensa), voltamos para nos encontrar com nossa
amiga para irmos descansar em sua casa. Depois de pegar um metrô e um trem,
chegamos na casa de nossos amigos, exaustos e prontos para descansar para o
próximo dia que prometia muito. Mas quem disse que fomos dormir, chegando a
casa de nossos anfitriões, fomos recebidos com uma noite de fondue e vinhos
acompanhado de uma ótima conversa que durou boa parte da noite.
No segundo dia, acordamos o mais
cedo possível, e não foi um tão cedo assim, pois a noitada foi ótima, tomamos
café e saímos para o domingão em Paris – saímos acompanhados de Débora, que foi
muito bom, pois quem mora na cidade conhece os melhores transportes e atalhos
para chegar o mais rápido possível aos lugares que deseja visitar.
Este domingo
foi um dia histórico, pois aconteciam as eleições para presidente na França e
observamos em loco a eleição de François Hollande (PS – Partido socialista),
candidato menos conservador que absorve um discurso de integração dos
imigrantes – e, diga-se de passagem, que são numerosos em Paris.
Além de ser o
dia das eleições, este também era o primeiro domingo do mês, dia de gratuidade
nos museus da França – nos tornamos craques quanto ao assunto gratuidade nas
instituições artísticas da Europa – e nosso objetivo era visitar o D`Orsay e o
Louvre no mesmo dia. Pois bem, fomos direto para o D`Orsay e, ao chegar lá,
desistimos imediatamente de visita-lo neste dia, pois a fila era gigantesca,
inacreditável. Saímos então em direção ao Louvre, e já sabíamos que a fila
estava durando em média três horas, pois duas amigas de Débora, que estavam na
fila, já haviam telefonado e avisado, mesmo assim fomos. O problema nas filas
do Louvre é que todos os turistas querem entrar pela pirâmide esquecendo, ou
não sabendo, que existem outras entradas de mais fácil acesso. Já tínhamos
decidido que, apesar da gratuidade, aquele não seria um bom dia para visitar
este museu, mas mesmo assim fomos até lá para encontrar as amigas de Débora.
Chegando ao Louvre, nos encaminhamos para outra entrada, que não a pirâmide,
enquanto Débora falava ao telefone com suas amigas informando onde nos
encontrávamos, e de repente, não sei nem como, observamos que estávamos dentro
do Louvre. Foi uma situação meio mágica, mas que também demonstrou um pouco de
fragilidade na segurança da instituição, pois entramos sem filas, sem revista e
sem passar pelos detectores de metais – ora, não temos nada a reclamar, foi
demais. Daí foi só alegria, quatro horas e meia, foi o que deu para aguentar,
pois o Louvre tem obras demais e informações demais, para nós ficou claro que é
preciso ao menos uma semana para poder observar tudo aquilo. A sugestão que
fica aqui é: antes de ir ao museu, faça uma pesquisa e escolha previamente o
que deseja observar, pois do contrário, se você quiser sair andando por lá,
procurando sem objetividade, talvez se arrependa no final. Nós tínhamos optado
por ver, de forma mais específica, claro sem deixar de observar tudo que estava
dentro do percurso de passagem entre uma área e outra, os artistas Italianos,
os espanhóis, os holandeses e os alemães, pois dentro destas especificidades estariam
nossos preferidos – ao menos os que estão no Louvre (aguardem post específico
sobre o Museu do Louvre).
Amigos é
realmente incrível a quantidade de obras que existe neste museu, mas é também
agoniante, e para nós não é a melhor forma de expor a arte, fica meio chato,
informação demais, gente demais, pouca possibilidade de estudar com os olhos os
principais trabalhos, mas é o Louvre. Depois conversando, nos interrogamos sobre
quantas situações aconteceram para uma única instituição adquirir tantas obras
vindas das mais diversas nacionalidades, não só as pinturas, mas os objetos que
remontam boa parte da cultura da humanidade – é bom nem pensar nos motivos e
consequências.
Mas o mais incrível, e todos sabem disso, é ir ver a Monalisa –
“A Gioconda” de Leonardo da Vinci. É uma guerra. Outras amigos já tinham nos
falado que ela era minúscula e que poderíamos ficar frustrados com a obra, mas
para nós o efeito foi inverso: não a achamos tão pequena assim, e pudemos
observar que realmente existe algo muito mágico naquela pintura. Em meio a
multidão, pequeninos que somos, conseguimos chegar bem próximo e não deixamos
de registrar o tumulto em volta daquele significativo quadro para a história da
arte mundial (vejam a foto abaixo).
Depois da visitação, com a mente
absurdamente cansada de tantas informações, fomos almoçar, e escolhemos o
próprio Louvre como local – existem alguns bons restaurantes em suas
dependências. Já havíamos perguntado a nossa amiga sobre as comidas mais
tradicionais francesas e ela nos disse que ali mesmo poderíamos saborear
algumas delas. Fomos ao “Beaudevim Cuisine Français” para provar o “Jambon
d`York”, uma carne cozida ao molho de vinho que é, realmente, uma delícia.
Saímos de lá satisfeitos e fomos continuar nosso passeio.
Após o Louvre, chegou a vez de
irmos a Torre Eiffel, a Champs-Élysées e o Arco do Triunfo, tudo isso a pé,
pois adoramos passear a pé, assim conseguimos conhecer coisas inusitadas que
por vezes nos transportes públicos ou privados deixamos de observar. No percurso
até a Torre Eiffel, observamos várias coisas, várias situações mais cotidianas
de Paris, e destacamos a numerosa quantidade de casamentos que estavam sendo
realizados – principalmente de chineses - e, o que realmente vimos, um monte de
casais recém casados tirando fotos em fontes e pontos históricos da cidade no
percurso entre o Louvre e a Torre Eiffel.
Torre Eiffel
Construída como arco de entrada para a “Exposição Universal” de 1889, a Torre Eiffel é o edifício mais alto de Paris, com 324 metros de altura, e é também o monumento, pago, mais visitado do mundo. Projetada por Gustave Eiffel, daí vem seu nome, a torre tornou-se o símbolo mundial da França, sendo reconhecida no mundo inteiro e recebe milhões de visitantes durante todo o ano – já de seu primeiro andar é possível ver Paris inteira. Concluída em 31 de março de 1889, para honrar o centenário da Revolução Francesa, a Torre deveria ser uma estrutura temporária, apenas para a “Exposição Mundial”, mas a estrutura era tão incrível que tomaram a decisão de não desmontá-la, pois além de bela a torre, à época, era o monumento mais alto do mundo. Gustave Eiffel, um notável construtor de estruturas metálicas, concorreu com mais de cem projetos e projetistas para sair-se vencedor e, além da Torre Eiffel, ele já havia desenhado a armação da Estátua da Liberdade, erguida pouco antes em Nova Iorque. O mais incrível é que conta-se que o que realmente a salvou da demolição teria sido o seu valor como antena de transmissão de rádio, que ocupa hoje seus últimos vinte metros (já pensaram?) – a Torre recebe, anualmente, mais de 6 milhões de visitantes.
Champs-Élysées
Com seus cinemas, cafés e lojas de
artigos de luxo, a Champs-Élysées é a mais prestigiada avenida de Paris, e uma
das mais famosas e caras do mundo – os alugueis chegam a 1, 1 milhão de euros
ao ano. O seu nome, em português Campos Elísios, se refere ao lugar dos mortos
na mitologia grega, e é lá que acontecem as grandes comemorações populares de
Paris e seus desfiles patrióticas ( no dia de nossa passagem por lá, estava
tudo pronto para as comemorações do futuro presidente da França - que foi transferia para a Bastille posteriormente).
Arco do Triunfo
Projetado por Jean Chalgrin, com
a obra iniciada em 1806 e concluída em 1836, o Arco do triunfo é um monumento
construído em comemoração as vitórias militares de Napoleão Bonaparte e
localiza-se na praça Charles de Gaulle em uma das extremidades da avenida
Champs-Élysées (sua base situa-se no Túmulo do Soldado desconhecido). Com 50
metros de altura, o monumento tem gravado os nomes de 128 batalhas e de 558
generais, e é um dos principais pontos de visitação turística de Paris.
Saindo Arco do triunfo,
continuamos andando pela Champs-Élysées para encontrarmos alguns amigos de
Débora para jantarmos. Fomos ao “Léon de Bruxxelles”, um restaurante belga,
para comermos mexilhões com batatas e cervejas. Foi um jantar muito
interessante, com boa comida, uma boa cerveja e um bom bate papo entre
brasileiros e franceses – com direito a creme brulee de sobremesa.
Após o
jantar voltamos pra casa para tomar vinho e continuar o bate papo. (continua no próximo post).
Abraços para todos.
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